domingo, 27 de novembro de 2011

Ciranda da Bailarina

Mais uma cena cuja música teve várias versões. Na gravação da década de 80, a palavra "pentelho" foi suprimida.

versão original (coro)

Mônica Salmaso

Adriana Calcanhoto


A História de Lily Braun em 5 versões

A foto ao lado é da cena em que toca a música A História de Lily Braun. Na década de 80, ela foi gravada por Gal Costa e, em 2002, por Vanessa Gerbelli. Neste meio tempo, várias cantoras fizeram suas versões. Confira algumas abaixo:

Gal Costa
Leila Pinheiro 


Foto não incluída no livro (5)



Mais uma foto que acabou sendo excluída de (IN)VISÍVEL REAL. Esta imagem é o início da cena em que se vai ouvir Valsa dos Clowns, com Jane Duboc.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Elencos 1983/2002


A redenção de Lily Braun 1983/2002

A dança de Lily Braun 1983/2002

A chegada do circo 1983/2002

Beatriz 1983/2002

















1983 - Eleonora Greca/Jair Moraes (esq)

2002 - Alessandra Lange/Samuel Kavalerski (dir)

Margareth 1983/2002














1983 - Eleonora Greca
2002 - Soraya Felício

Beatriz 1983/2002

















1983 - Eleonora Grega (esq)

2002 - Regina Kotaka (dir)

Capa e Contracapa

sábado, 12 de novembro de 2011

A origem de O Grande Circo Místico: poema de Jorge de Lima

O GRANDE CIRCO MÍSTICO

O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps - 
resolveu que seu filho também fosse médico,
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes,
com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown,
de que nasceram Marie e Oto.
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora
que tinha no ventre um santo tatuado.
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre
quis entrar para um convento,
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,
e Margarete continuou a dinastia do circo
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Então, Margarete tatuou o corpo
sofrendo muito por amor de Deus,
pois gravou em sua pele rósea
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.
E nenhum tigre a ofendeu jamais;
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,
quando ela entrava nua pela jaula adentro,
chorava como um recém-nascido.
Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar,
pois as gravuras sagradas afastavam
a pele dela o desejo dele.
Então, o boxeur Rudolf que era ateu
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps.
Mas o maior milagre são as suas virgindades
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado;
são as suas levitações que a platéia pensa ser truque;
é a sua pureza em que ninguém acredita;
são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo;
mas as crianças crêem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.
Marie e Helene se apresentam nuas,
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros
que parece que os membros não são delas.
A platéia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.
Marie e Helene se repartem todas,
se distribuem pelos homens cínicos,
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.
E quando atiram os membros para a visão dos homens,
atiram a alma para a visão de Deus.
Com a verdadeira história do grande circo Knieps
muito pouco se tem ocupado a imprensa.

Beatiz, por Mônica Salmaso

Ouça Beatriz cantada por Mônica Salmaso.

Beatriz, por Milton Nascimento

Ouça Beatriz cantada por Milton Nascimento.

Do poema ao álbum

(texto de Leocaz Lee-Meddi)

Chico Buarque e Edu Lobo uniram-se algumas vezes para criar trilhas sonoras sob encomenda para o teatro. Dos chamados álbuns de teatro da dupla, “O Grande Circo Místico”, de 1983, é o maior deles. O álbum é de uma grande sofisticação musical, trazendo uma poesia elaborada e de teor emotivo latente, arrebatado por um lirismo flamejante, poucas vezes alcançado dentro da MPB.
O álbum surgiu de uma encomenda do Ballet Guaíra, do Paraná, em 1982. Sua inspiração veio do poema surrealista de Jorge de Lima, “O Grande Circo Místico”, escrito em 1938, e publicado no livro “A Túnica Inconsútil”. Jorge de Lima, poeta do parnasianismo e do modernismo, criou o poema inspirado em um fato real acontecido na Áustria, no século XIX. A partir do tema, Chico Buarque e Edu Lobo criaram a trilha sonora para a apresentação do balé, contando musicalmente, a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps e do amor entre um aristocrata e uma acrobata, que vagavam de cidade em cidade, apresentando os seus números circenses. 
O sucesso do espetáculo musical originou uma longa turnê e um álbum clássico e imprescindível da MPB, reunindo grandes cantores como Gal Costa, Gilberto Gil, Simone, Tim Maia, Jane Duboc, Zizi Possi, Chico Buarque e Edu Lobo. Lançado em 1983 pela Som Livre, o álbum trazia 11 canções; mais tarde, quando lançado em CD, Edu Lobo acrescentou mais duas canções instrumentais, “Oremus” e “O Tatuador”, que pelo condicionamento do formato em vinil, ficaram de fora na época.
Sob o poema de Jorge de Lima, Chico Buarque criou letras de um conteúdo poético labirinticamente sedutor, casando-se com perfeição às músicas de Edu Lobo. Nenhuma das canções chegaram às paradas de sucessos, mas se tornaram irremediavelmente, clássicos conhecidos da MPB, como “Beatriz”, “A História de Lily Braun” e “O Circo Místico”. Muitas músicas alcançaram já no álbum, interpretações definitivas, apesar de várias revisitações futuras e diversificadas. “O Grande Circo Místico” dilui-se mesclado à música, à poesia, ao teatro e ao circo; trazendo a emoção que transporta o mais “ardoroso espectador” numa viagem lúdica e onírica até a última faixa.  

Beatriz, Bela e Complexa

Grande Circo Místico” foi lançado em meados de 1983. Trazia um formato de álbum sofisticado, com um encarte luxuoso, com desenhos de Naum Alves de Souza para cada canção, além de ilustrar a capa. A direção artística era de Edu Lobo, que dividia os arranjos com Chico de Moraes.
Chico Buarque, que cinco anos antes encantara com a trilha sonora de “A Ópera do Malandro”, voltou com poemas complexos, lingüisticamente mais delicados, deixando as questões sociais e passionais dos personagens da sua ópera, para mergulhar nas mais profundas angústias do ser humano, dando a dimensão mais suave do balé, sem perder a emoção latente das palavras.
O álbum começa com a instrumental “Abertura do Circo” (Edu Lobo), numa canção que se inicia suave e densa, ao mesmo tempo, como se fosse explodir a atmosfera mística, o que acontece quando rompe o bombo, trazendo instrumentos que revivem as marchinhas circenses. O espetáculo estava apenas a começar, pronto para tragar o mais exigente dos ouvintes.
Passada a euforia da abertura, a voz de Milton Nascimento surge quente, como se rasgasse uma cortina à meia luz, cantando a mais emblemática das canções do álbum, “Beatriz” (Chico Buarque – Edu Lobo). No poema de Jorge de Lima existia a personagem Agnes, a equilibrista. Chico Buarque não conseguiu criar sobre o nome, mudou-o para Beatriz, transformando-a de equilibrista em atriz. Assim, em uma homenagem a Beatrice Portinari, de Dante, ele a pôs no sétimo céu, fazendo uma das suas mais sofisticadas canções. “Beatriz” traz intervalos melódicos, modulações e exige extensão vocal, que faz dela uma das mais difíceis canções de ser interpretada. Milton Nascimento consegue a perfeição dentro de tão inóspito terreno, fazendo uma interpretação definitiva. Na década de noventa, a canção foi escolhida para uma das faixas de um song book em homenagem a Edu Lobo, a escolha da intérprete recaiu sob Gal Costa, outra cantora de extensão vocal insuperável! Alguns aventureiros tentaram desastrosamente, interpretar “Beatriz“, como Ana Carolina, mas caíram no grotesco da pretensão. Acompanhado apenas pelo piano de Cristóvão Bastos, Milton Nascimento fez da canção o apogeu do disco, navegando em uma valsa complexa e existencialista. As cordas foram inseridas posteriormente pelo arranjador Chico de Moraes. Edu Lobo explicaria mais tarde, que a nota mais grave da canção cai na palavra “chão” (“Me ensina a não andar com os pés no CHÃO”) e a mais aguda na palavra “céu” (“Se ela despencar do CÉU”). “Beatriz” é um poema de delicada beleza, fazendo uma metáfora aguda da vida de uma atriz. “Beatriz” é o sonho da mulher inatingível, ao mesmo tempo, é a maquiagem do rosto, a sombra da vida diante da arte, é a própria metáfora da realidade, travestida pelos palcos.
Sim, me leva para sempre, Beatriz
Me ensina a não andar com os pés no chão
Para sempre é sempre por um triz
Ai, diz quantos desastres tem na minha mão
Diz se é perigoso a gente ser feliz

Leia aqui a o texto na íntegra


terça-feira, 8 de novembro de 2011

Texto de apresentação do livro (IN)VISÍVEL REAL

O Grande Circo Místico: fotografia, dança ou filme?
Tom Lisboa

"A vida dos outros, tal como nos chega na chamada realidade, não é cinema mas sim fotografia, ou seja, não podemos apreender a ação, mas apenas seus fragmentos eleaticamente recortados. (...) dar coerência à série de fotos para que se tornassem cinema significava rechear com literatura, presunções, hipóteses e invenções os intervalos entre uma e outra foto". Neste trecho de O Jogo da Amarelinha, Morelli, um dos personagens criados por Julio Cortázar, afirmava que um livro deveria ser escrito como os desenhos que seguem as leis da Gestalt, ou seja, os traços apenas guiariam o observador a construir imaginativamente determinada figura e, “por vezes, os traços ausentes eram os mais importantes, os que realmente contavam”. 
De certo modo, (In) visível Real sintetiza estas mesmas questões de visibilidade e invisibilidade. Hoje, o que resta dos movimentos coreográficos de Luiz Arrieta e Dani Lima, da sonoridade das canções de Chico Buarque e Edu Lobo e da plasticidade dos cenários e figurinos de Rosa Magalhães em O Grande Circo Místico são estes pequenos contornos que chamamos de fotografia e que são incapazes de traduzir integralmente este espetáculo. Talvez, por isso, nunca tive a ambição de chamar este livro de documentário. Se algum termo precisar ser usado que seja inventário, que deixa de lado conceitos frágeis como a verdade, e traz à tona uma carga de afetividade e doação que me parecem mais apropriados. 
Por fim, meu processo de selecionar, ordenar e editar as fotografias deste balé foi cinematograficamente cortaziano. Revirar os quase três mil negativos, os copiões, enfim, todas essas “sobras de tempo” me trouxeram lembranças, rostos e sensações que iam ligando uma imagem à outra e compondo um filme muito particular. 
Para mim, nada aqui é estático. Tudo dança.

Marquês de Sapucaí - carnaval/2002

Festival de Joinville - 17/07/2003




segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Foto não incluída no livro (3)

40 anos do Balé Teatro Guaíra

Video comemorativo dos 40 anos do Balé Teatro Guaíra (2009).

Carlos Trincheiras fala sobre a primeira montagem

ASSISTA Carlos Trincheiras fala sobre O Grande Circo Místico (1983) e são exibidas cenas do 1º ato do balé.

O Grande Circo Místico - Breve Retrospectiva

Assista a uma breve retroscpectiva de O Grande Circo Místico feita pelo programa Metropolis, da TV Cultura.

Video da primeira versão coreográfica de Beatriz (1982)

Assista ao video com Elenora Greca e Wanderley Lopes. 

Foto não incluída no livro (2)

Foto não incluída no livro